Família: “Recebemos um diagnóstico, e agora?”
Antes de falarmos sobre o diagnóstico, gostaria de levantar algumas reflexões sobre todo o afeto, as expectativas e os sonhos que se estabelecem quando uma família ganha um bebê e quando os pais vivenciam a experiência única da maternidade e paternidade.
Todos desejamos e esperamos que nossos pequenos cresçam com segurança e que sejam felizes. Desejamos que cada fase do desenvolvimento deles seja rica de experiências positivas, que eles estejam cercados do nosso amor e carinho, e que o conhecimento que temos sobre os cuidados com a saúde e educação para um bebê, uma criança ou adolescente seja suficiente para garantir um desenvolvimento saudável e muito feliz, até que nossos filhos se tornem capazes de fazer suas escolhas e de cuidar de si ao longo de suas vidas.
Pensando nisso, podemos considerar que talvez o maior medo ou insegurança das famílias cujos filhos receberam um diagnóstico de TEA esteja relacionado ao quanto as possíveis dificuldades associadas ao quadro podem influenciar na qualidade de vida, na autonomia, no desenvolvimento, na saúde e na felicidade dos seus pequenos e de todos os membros dessas famílias. Muitas vezes a mãe precisa lidar com as próprias expectativas, com as expectativas do companheiro, de outros filhos, dos avós e tios. Como lidar com essas dificuldades que muitas vezes são novas e desconhecidas pelos pais? Estarão todos prontos e preparados para enfrenta-las? Foram ensinados a lidar com elas? E quando encontram as próprias limitações durante essa caminhada? Sejam elas limitações de tempo, limitações financeiras, limitações emocionais e outras tantas que podemos ter como pessoa e como pai e mãe.
Os pais relatam que os primeiros passos nessa jornada se iniciam no consultório médico, na escola, ou até mesmo dentro da própria família quando há crianças da mesma idade, o que torna possível comparar diferenças de comportamento e habilidades que foram adquiridas de formas e até em ritmos diferentes. Quão difícil é lidar com cada uma dessas barreiras?
Podemos comparar essa experiência à situação de uma viagem programada para um destino previamente estudado ou conhecido. Nós nos preparamos, organizamos nossa bagagem e acomodação; porém, de sobreaviso, desembarcamos em outro destino, sem possibilidade de retorno. É um lugar ainda não conhecido, com outro idioma, sem rotas previamente estudadas. Exigirá desses viajantes muita parceria na busca por uma rede de apoio e muito esforço para a adaptação a esse novo destino, que também reserva muita beleza, aprendizagem e amor.
É de extrema importância para a efetividade de um tratamento – e para a qualidade de vida de todos – encontrar nessa jornada uma equipe médica e terapêutica de confiança, para que todas essas necessidades familiares sejam atendidas de forma ética e comprometida com o conhecimento técnico/cientifico e com todas as questões emocionais e afetivas envolvidas no grupo familiar de uma criança que recebe o diagnóstico de autismo.
Nós, da Família Conduzir, nos dedicamos diariamente para que todas as nossas famílias sintam-se abraçadas e acolhidas e para que encontrem todo o suporte e conhecimento que necessitam para sentirem-se seguros, com a certeza de que seus pequenos estão recebendo um atendimento de qualidade técnica e científica, para se desenvolverem ainda mais com saúde, qualidade de vida e cercados de afeto.
Nosso trabalho baseia-se na ciência da Análise do Comportamento. Já em 2013, Fernandes e Amato mencionam que intervenções baseadas em ABA (Applied Behavior Analysis) têm demonstrado muitas provas satisfatórias e comprovadas de que suas intervenções e os arranjos ambientais são determinantes para aquisições de aprendizagem, tanto em habilidades verbais e comunicativas como em habilidades acadêmicas e sociais, como também na diminuição de comportamentos em excessos e indesejados e na ampliação de habilidades cognitivas e comportamentais já adquiridas.
Cada profissional possui um compromisso ético e social, atuando com muito respeito e dedicação. Ainda sob a missão de promover a independência e inclusão social com excelência técnica e propósito pessoal de amor pelo que faz, cada um permanece à disposição para acolhe-los sempre.
Terminamos com a mensagem de que é possível continuar a caminhada que muitos pais iniciam após um diagnóstico, de que é possível encontrar uma rede de apoio de qualidade nessa jornada e que é possível manter a esperança e certeza de os pequenos se desenvolverão cada vez mais.
Às famílias que já estão conosco, expressamos nossa gratidão pela confiança e pela parceria diária, cheia de dedicação e respeito mútuo. Todos integram essa Nossa Grande Família Conduzir.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Fernandes, F. D. M. & Amato, C. A. H. (2013). Análise do Comportamento Aplicada e Distúrbios do Espectro do Autismo, revisão de literatura. CODAS, 25(13), 289 – 296.
Lais Helena Ferreira da Silva