Crises de choro no autismo.

O autismo é tratado na literatura médica como Transtorno do Espectro Autista (TEA), porque envolve uma variedade de apresentações clínicas relacionadas principalmente com dificuldades de comunicação e relacionamento social, que vão desde quadros mais leves até manifestações mais graves e com comprometimento importante.

O autismo pode se manifestar em um individuo desde os primeiros dias de vida mas normalmente os pais começam a perceber comportamentos diferentes á partir dos 6 meses até 1 ano de idade, o que chama a atenção dos pais inicialmente é que a criança é excessivamente calma e sonolenta ou então que chora sem consolo durante prolongados períodos de tempo As crises de choros acontecem porque a criança com autismo tem dificuldades na comunicação e muitas vezes não consegue expressar o que está sentindo ou o que deseja.

Além disso, a criança pode apresentar choro/gritos por não saber lidar com situações novas (são muito rígidos em sua rotina) ou por apresentar alterações sensoriais, onde os sons/ barulhos, os cheiros, as texturas não são suportados.

A criança com autismo pode apresentar crises de agressividade com os outros ou consigo, sendo uma forma de comunicar alguma contrariedade. Nessas horas a melhor maneira é abraçar e mostrar algo que a tranquilize

1. Pense na causa da crise

Um colapso acontece quando a criança autista não consegue mais lidar com algum fator estressante que tem sido contido de alguma forma, gerando uma crise de birra. O colapso costuma ser causado por frustrações também. Crianças autistas não fazem birra de propósito, mas porque algo as estressa. Essa é uma forma de expressarem que não conseguem lidar com a situação, estímulo ou alteração na rotina. Elas têm um ataque como recurso de comunicação, especialmente quando todas as outras tentativas não deram certo. • A birra tem muitas faces. Ela pode ocorrer em forma de gritos, choros, a criança pode cobrir as orelhas com as mãos, se machucar propositalmente ou agressão.

2.Tente fazer a vida doméstica da criança mais confortável.

Já que as birras são causadas pelo acúmulo do estresse, criar um ambiente harmonioso e amigável pode minimizar tais fatores na vida dela. • Desenvolva uma rotina para a criança sentir estabilidade. Fazer uma agenda com imagens pode ajudar a criança a visualizar e entender a rotina. • Caso as mudanças sejam necessárias, prepare a criança para o que acontecerá com imagens e histórias sociais. Explique por que essas mudanças são necessárias, isso a ajudará a a entender o que está acontecendo e o que esperar. Assim, ela ficará mais calma quando as alterações ocorrerem. • Permita que a criança se retire das situações estressantes quando for necessário.

3.Ensine-a técnicas para lidar com o estresse.

Algumas crianças autistas simplesmente não sabem como lidar com suas emoções e podem precisar de uma mãozinha extra. Parabenize-a quando ela mostrar que está usando as técnicas corretamente. • Crie alternativas para determinados fatores estressantes (som muito alto, lugares muito cheios, etc.). • Ensine técnicas para se acalmar: respirar fundo, contar, se afastar, etc. • Desenvolva um método para a criança conseguir comunicar que algo a está incomodando.

4.Perceba quando a criança está estressada e dê importância aos sentimentos dela.

Saber que as necessidades dela são normais e importantes como as de qualquer um é importante para ela se expressar adequadamente. • “Seu rosto está todo tenso. O barulho está incomodando você? Posso falar para suas irmãs brincarem lá fora.” • “Você parece irritado hoje. Quer me contar o que está lhe aborrecendo?”

5.Demonstre bons exemplos de comportamento.

A criança vê quando você está estressado e aprende a imitar o seu jeito de lidar com as coisas. Manter a calma, expressar seus sentimentos com clareza e tirar um momento para se acalmar ensinarão a criança a fazer o mesmo. • Tente verbalizar suas decisões: “Estou aborrecido, vou parar um pouco e respirar fundo algumas vezes, depois eu volto”. • Depois que você repetir um comportamento algumas vezes, a criança provavelmente tentará fazer o mesmo por conta própria.

6.Crie um ambiente calmo para a criança.

É importante reconhecer que ela pode ter dificuldades em processar e absorver muitos estímulos visuais, sons, odores e texturas. Todos esses fatores podem ser estressantes e sobrecarregá-la, gerando crises de birra. Sendo assim, um ambiente tranquilo pode ajudá-la a se acalmar. • Ensine a criança a expressar que quer ir para o quarto da calma. Pode ser apontando para o cômodo, mostrando uma imagem que represente quarto, linguagem de sinais e pedir verbalmente.

7.Faça um registro das crises.

Anotar cada vez que a criança tem um ataque pode ajudar a entender as razões para o comportamento dela. Tente responder as seguintes perguntas quando escrever sobre a próxima ocorrência: • O que a chateou?(Talvez ela esteja segurando o estresse há horas). • Quais sinais de estresse ela demonstra? • Quando/Se você percebeu que ela estava aborrecida, o que fez? Deu certo? • Como você poderia prevenir um colapso futuro?

8.Converse com a criança sobre agressões e mau comportamento.

Lembre-se, autismo não é uma desculpa para a criança ser agressiva e maldosa. Caso ele exiba esse comporamento, converse com a criança assim que ela se acalmar. Explique qual atitude específica é inaceitável e ofereça uma alternativa. • “Não foi legal bater no seu irmão. Eu entendo que você esteja bravo, mas bater nas pessoas machuca e não é legal fazer isso. Quando estiver irritado, respire fundo por um tempo e conte para mim o que aconteceu. Você não pode sair batendo nas pessoas.”

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