Seletividade Alimentar no diagnóstico de TEA

Para começar o nosso diálogo sobre o tema seletividade alimentar temos que pontuar uma questão bem pertinente: é muito comum associar a seletividade alimentar das crianças autistas com seus aspectos sensoriais, o que é compreensível tendo em vista que grande parte das crianças com TEA
apresentam falha de processamento sensorial, mas não só isto deve ser levado em consideração.

Atualmente os profissionais usam como parâmetro para investigação dos
possíveis diagnósticos a ferramenta DSM-V (Manual Diagnostico e Estatístico
dos transtornos mentais), neste mesmo documento é descrito três principais
padrões sensoriais, sendo estes: hiporreatividade, hiperreatividade e busca
sensorial.

Qual a importância de saber dessa informação? Estes padrões são responsáveis pela forma em que a criança responde aos estímulos e está intimamente ligada em como a criança se apresenta em suas rotinas diárias como alimentação, sono e outros.

Quando a seletividade alimentar é observada no autismo e está relacionada a questões sensoriais o principal apontamento para que isto ocorra são a textura dos alimentos. Para que se observe de maneira adequada a seletividade alimentar a mesma deve ser avaliada por um ou mais profissionais como Fonoaudiólogos, Nutricionistas e Terapeutas Ocupacionais.

Por exemplo uma avalição Terapêutica ocupacional que investigue a
seletividade alimentar será baseada em uma tríade, o esquema abaixo define como ocorre está avaliação:

ASPECTOS SENSORIAIS
RIGIDEZ DE PENSAMENTO HABITOS ALIMENTARES
Portanto para finalizar a nossa troca de conhecimento aqui vão algumas dicas que podem auxiliar em aumento de repertório alimentar:
• Apresentar para a criança uma rotina que ajude o individuo a se organizar e se preparar para os estímulos que serão inseridos nas refeições
• Manter um horário para a alimentação em meio a rotina pode auxiliar na busca do organismo da criança por alimento.
• Evitar o máximo de estímulos externos no momento da refeição: televisão,
celular, conversas ao redor da mesa e outros.
• Incentivar a escolha daquilo que deseja para que assim essa autonomia comece a ser construída.
• Nomear os alimentos.
• Iniciar a alimentação oferecendo os alimentos individualmente para cheirar e provar.
• Permita que a criança explore de maneira tátil os alimentos.
• Fazer com que o momento de refeição se torne divertido.
• Manter a oferta dos alimentos com paciência e persistência.
Se o seu filho já faz acompanhamento com algum terapeuta, solicite do mesmo orientações sobre a seletividade alimentar. Um treino de seletividade alimentar pode durar por um tempo considerável, geralmente estes treinos não costumam começar com oferta do alimento em primeiro momento, muito possivelmente estes treinos iniciam com aceitação de texturas, sendo necessário tocar, cheirar, ouvir os sons e por fim experimentar.

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