Treinamento de habilidades comportamentais e orientação parental
Uma das principais dúvidas trazidas pelas famílias de crianças que se enquadram no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é sobre como manejar os comportamentos inadequados, aqui chamados de comportamentos disruptivos.
Esses comportamentos são respostas como: se jogar no chão, gritar, chorar, jogar objetos ou qualquer outra que possa atrapalhar o processo de aquisição de habilidades. É essencial aprender a identificar as variáveis que controlam esses comportamentos e, consequentemente, a função de cada um deles (por exemplo: receber atenção, esquivar de demanda, ganhar algo que deseja etc.).
A orientação parental mostra-se indispensável no tratamento de crianças com TEA, tendo em vista que os familiares são as pessoas que passam maior tempo junto a elas. Dessa forma, quando orientados por profissionais capacitados, otimizam o ganho de habilidades e também ajudam a promover generalização de repertórios aprendidos em terapia. A partir da orientação parental é possível ensiná-los a identificar as funções dos comportamentos e agir corretamente nas situações em que eles emergirem.
O treinamento de habilidades comportamentais (BST) pode ser utilizado para tornar o ensino desse repertório aos responsáveis mais efetivo. Consiste em um pacote que abrange quatro etapas:
- Instrução: Nesta etapa o treinador fornece a descrição da habilidade, sua importância e justificativa. Ela pode ser utilizada quantas vezes forem necessárias.
- Modelo: Nesta etapa, o profissional mostra aos responsáveis como realizar a habilidade.
- Ensaio Comportamental: Nesta etapa, o treinador permite que os familiares tenham oportunidades de praticar a habilidade. É importante que os responsáveis pratiquem no local em que a situação vai ocorrer. O profissional deve registrar dados sobre a resposta correta e a incorreta durante esta etapa.
- Feedback Imediato: Nesta etapa o profissional corrige as respostas incorretas e elogia as respostas corretas apresentadas.
O uso desse procedimento contribui para aquisição de habilidades pelos responsáveis e a redução dos comportamentos inadequados das crianças, uma vez que a intervenção é ampliada e as habilidades aprendidas no ambiente de terapia são generalizadas.
Thifany Queiroz de Camargo
Psicóloga e Supervisora ABA – Grupo Conduzir
CRP: 06/130835